Com ampliação dos limites de emissões de CO2 no marco legal do hidrogênio, representantes do mercado e sociedade civil defendem certificação para assegurar aspectos sustentáveis do hidrogênio produzido no país
Na semana passada, o Brasil viu a aprovação de uma emenda no marco legal do hidrogênio que ampliou os limites de emissões de 4 kgCO2 para 7 kgCO2 por cada 1 kg de hidrogênio produzido.
O volume é quase o dobro do considerado “baixo carbono” pela União Europeia (3,384 kgCO2/kgH2), potencial maior mercado importador do energético produzido no Brasil, e fica mais próximo da intensidade de carbono do hidrogênio cinza, de gás natural, que é considerado altamente poluente com seus 10 kgCO2/KgH2.
A mudança de última hora ocorreu sob a justificativa de incluir o etanol na produção do hidrogênio de baixo carbono, e intensificou o entendimento de que a certificação para contabilizar as emissões de carbono será essencial para demonstrar a sustentabilidade do hidrogênio produzido no Brasil.
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Benefício para os biocombustíveis
Sérgio Augusto Costa, presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio e Combustíveis Sustentáveis (ABHIC), acredita que a ampliação dos limites de emissões pode ser benéfica para o mercado interno de biocombustíveis.
“Entendemos que, ao se ampliar o limite de emissões, ampliam-se os benefícios do marco regulatório do hidrogênio para os biocombustíveis, o que é benéfico como um todo para o desenvolvimento do mercado brasileiro, para produção e consumo interno, já que temos um grande potencial,” explica Costa.
No entanto, ele ressalta que o hidrogênio destinado à exportação deverá atender às rigorosas exigências de certificação dos mercados compradores.
“Caso o derivado do hidrogênio seja para exportação, deverá atender às exigências de certificação conforme os requisitos do mercado comprador. É o mercado comprador que define o limite de CO2 equivalente/kg H2 do derivado (amônia, metanol, combustível sustentável de avião – SAF)”.
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Foto: Comissão Europeia.