O mundo passa por um momento de expansão no número de projetos de hidrogênio verde (H2).
Como demonstrou um recente relatório publicado pela BNamericas, os países da América Latina e Caribe estão na vanguarda dos planos de expansão do hidrogênio, buscando capitalizar seus abundantes e relativamente baratos recursos energéticos limpos.
Para o fundador e presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio e Combustíveis sustentáveis (ABHIC), Sérgio Augusto Costa, o Brasil poderá se tornar um dos maiores exportadores de hidrogênio do mundo, em especial para a Alemanha.
Mas há desafios pela frente, como a necessidade de reduzir os custos de produção do combustível, bem como questões regulatórias.
BNamericas: Quais são as perspectivas para o mercado de hidrogênio verde no Brasil nos próximos anos?
Costa: O Brasil possui um potencial gigantesco quando se trata de hidrogênio verde. O país poderá se tornar um dos maiores exportadores de hidrogênio do mundo, em especial para a Alemanha, que já informou que importará até 70% do hidrogênio para atender à sua demanda interna até 2026. Essa é uma oportunidade incrível de transformar o Brasil em um dos maiores parceiros de exportação de derivados de hidrogênio para a Alemanha.
Conforme o Hydrogen Council, o momento é de expansão: mais de 1.000 propostas de projetos foram anunciadas em todo o mundo.
Desse total, 795 projetos pretendem ser total ou parcialmente comissionados até 2030 e representam US$ 320 bilhões de investimentos em cadeias de valor de hidrogênio até 2030.
A Europa continua a ser a líder mundial em propostas de projetos de hidrogênio, com os maiores investimentos (US$ 117 bilhões, 35% dos investimentos).
América Latina e América do Norte seguem a Europa, cada uma representando cerca de 15% dos investimentos anunciados.
As propostas de projetos em escala giga, ou seja, aqueles com mais de 1GW de eletrólise para fornecimento de hidrogênio renovável ou mais de 200.000 kt (kilotonelada) por ano de hidrogênio de baixo carbono, respondem por 112 propostas de projetos, exigindo investimentos de aproximadamente US$ 150 bilhões até 2030.
Destas 112 propostas, 91 são renováveis e 21 são hidrogênio de baixo carbono, que é aquele produzido com processos que geram emissões significativamente reduzidas de carbono ou sem emissões líquidas de carbono.
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